O bom senso ecológico que atinge a consciência social e política atualmente volta nossa reflexão ao consumo reaproveitado e correto ao invés de extraído da natureza. A nova lei de destinação de resíduos sólidos desperta a necessidade de criação de políticas estaduais e municipais para reforçar práticas sustentáveis.
Em agosto de 2010, a Lei PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), foi sancionada marcando historicamente o regulamento da questão ambiental. Repercutiu mundialmente e reforça a tese de sustentabilidade implantada no setor de construção civil do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), em vigor há 12 anos.
A lei, que promove a destinação correta de todo o tipo de resíduo define as responsabilidades dos agentes envolvidos na cadeia produtiva da construção civil, com um objetivo focado em minimizar os impactos ambientais e compartilhar a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos. A lei nacional exerce um papel multiplicador ao despertar a necessidade de se elaborar políticas estaduais e municipais que ajudem a disciplinar essa mudança.
Dessa forma, cabe ao poder público criar canais e estruturas que permitam a viabilização correta da destinação dos resíduos - e em alguns casos, a reciclagem e reutilização de diferentes materiais - e cabe ao setor empresarial (fabricantes, construtores e outros atores da cadeia) produzir mais prejudicando menos.
A fim de contribuir com o futuro, qual já fazemos parte, iniciando um novo conceito de aproveitamento de materiais, Ênio José Scariot, empreendedor caxiense, presta serviços referente ao recolhimento de entulhos da construção civil. “Possuímos uma central de triagem licenciada para operação e estamos dando o destino correto para todos matérias recolhidos” afirma.
Pioneira na cidade de Caxias do Sul e região a central de triagem, com Licença de Operação 130/2009, através de pesquisas, trabalho e empenho da equipe, avaliou a necessidade e adquiriu um britador para moer produtos que estavam sendo descartados, um picador de madeira para aproveitar toda a sobra de madeira, além de uma mini carregadeira para executar o transbordo.
A empresa considera de sua responsabilidade reciclar materiais ricos como blocos, tijolos, pedras, mármores, paralelepípedos e outros, que anos atrás estava sendo encaminhado para aterros da cidade. Iniciativas e projetos dessa relevância social objetivam destinar a maior quantidade possível de materiais, corretamente, assim são gerados produtos de alto aproveitamento e baixo custo.
“É importante como empresa do setor na região a instalação de equipamentos dessa seriedade, embora o investimento seja alto é recompensador, a esperança é que órgãos públicos e empresas privadas também acreditem e comprem essa ideia” explica Ênio, com mais de 25 anos de experiência no setor. O reaproveitamento dos resíduos da construção civil produz materiais atraentes devido aos preços, prontos para utilização em obras.
As sobras de madeira que chegam a grandes números diariamente na central de triagem, agora são reaproveitadas em caldeiras, celuloses, olarias, etc. A madeira é comercializada seca, cortada em metro, com entrega no perímetro urbano e custa em torno de R$35,00 o m³. Há possibilidade de contato direto com o vendedor com amostras do material. O resíduo em madeira triturada também é comercializado para uso com automação em caldeiras.
A consciência ecológica é uma questão que desafia cada cidadão, empresa ou órgão público a exercer seu papel rumo ao enfrentamento das mudanças climáticas, a preservação dos recursos naturais.